segunda-feira, 19 de abril de 2010

Sonâmbulo

Alento e Inquietude habitam os dias trocados aonde a concessão do silêncio é oportuna, o barulho vêm de música, um pouco de luz, ranger de dentes, dedos dos pés e coçadas na cabeça.
Inspirada em se desprender do tempo dos outros, a gente vira do avesso e ainda mostra a mesma coisa, talvez mais fora do ar e menos dentro do certo. Fazer errado é fazer feio? É nada não ! Viver é impreciso !
Incomodada estou com o corpo estranho, o olho arde... e eu dobrando às cegas, chego a me perder. Até sentir de novo a coerência de corpo e alma presentes, eu demoro pra encontrar um equilíbrio que é quase desumano pra mim !
Eu só sabia dizer uma coisa banal sobre o encontro, mas o retrato dá saudades frágeis e a rosa dos ventos indica direção contrária da tempestade ! Estou à favor da brisa, contra ventania pra palidar o rosto, ou lacrimejar meus olhos que tão ardendo mais !
Ela precisa sair pra comprar vícios e voltar sorridente... : Faz assim : Espera dar 6 horas pra raiar .... Mas jura que volta pra casa depois ?
Volta pro encontro, pra ser tema de filme, abre minha retina, vê o que tem dentro ! Passou o ardor quando você chegou e me cobriu dizendo que se atiraria na imensidão do meu espaço, por achar aquilo tudo tão bonito ! Arregalei a metade do olho que agora é marejado de doçura, esfreguei porque coçava e custava a acreditar no que ele estava cultivando dentro de mim. Beauté desmanchada fazendo o tom emocionado da face ter cor e na íris dos meus olhos ele se via por inteiro. Sem pestanejar estávamos enrolados, tudo ficava embaçado e me virei bruscamente pro lado pois tava difícil ver com a fumaça inebriante que me rodeava !
Senti arder o rosto e o espaço vazio tomou conta daquele lugar que tinha dono, ardia tanto a retina de pensar que eu chegaria primeiro e te esperaria por muito tempo antes de te conhecer.
E assim madruguei mais uma noite, começou barulhos pela cidade, vou dormir, boa noite !

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Sincronicidade

Ato 1 : O relógio não bate na hora certa, o tempo não tem medida. Mas não será ele o bem mais precioso que existe ?
Nessa cena você se pergunta :
- Aonde estamos ?
Então use sua imaginação e tente entrar na minha cabeça.
Estamos sentados em roda observando atentamente uns aos outros, o assunto é variado, mas o objetivo é único : Entender o valor do tempo.

"Nessa hora eu faço uma pausa pra desconstruir essa cena, e peço que você se coloque nessa roda junto com as pessoas que você considera essenciais para o seu tempo. O critério para escolha é livre, mas se me permitem uma sugestão: Além dos amigos e pessoas que você confia, escolha as mais difícieis, afinal é chegado a hora de entender como bate o seu relógio !"

Ato 2: Seu relógio começa a rodar , você no meio indica sua direção. Pra quem vc apontaria primeiro ? O que você gostaria de ouvir ? O que você gostaria de falar ? E agora o mais importante, o que você não gostaria de ouvir ? Porque é tão difícil admitir que alguém seja contrário à você ?

Chega de Atos, a imaginação nos permite demais, mas o que fazer pra ser concreto? O bem precioso que temos não para, sempre muda, e não nos permite voltar pra trás, mas deixa bem claro que ele fica cada vez mais rápido e se não fizer valer o que nos falta, o vazio da decisão frustrada nos abaterá. Dá pra mudar o caminho sim, troque aquele caminho que deu errado demais : A direção das idéias e atitudes, é mais importante que a velocidade de pensamento. Há de ter coerência em ambos pra que a decisão seja certa !

Peço mais uma vez para que olhem seus problemas por um nova perspectiva : Seu próprio olhar visto de fora ! Será que era exatamente aquilo que vc queria ter feito antes de tudo isso acontecer ? Será que você conseguiria enxergar o que eu vejo de forma tão nítida ? Será que sempre a gente vai ter uma segunda chance, ou uma terceira ? O que tudo aquilo quis dizer ? Porque precisou ser tão intenso ? E quantas vezes mais precisaremos entender as entrelinhas do destino, os sinais antecipados .... Qual é que é a razão ?

Sobrou entender teorias clichês que não entendemos, fazemos de conta ter percebido, mas só decoramos frases prontas pra ser bonito quando dizemos pro outros, tipo :

- Não faça do prazer um hábito de vida, ame a novidade !
Tudo que é hábito, vira rotina ruim, mau acustumada, mimada de si própria, cansa rápido e vira traiçoeira, puxa o tapete pois fica perigosa demais. Prazer é coisa séria.

-O que você fez da sua vida, o que a vida fez em você ?
Será que essa precisa de uma interpretação pessoal, ou você pode entender por conta própria ? No meu caso eu leio várias vezes pra virar um mantra.

-O que for do tamanho de uma ervilha, não aumenta além do tamanho de uma ervilha !

Então dê a medida certa do que te tomas ? Se não for tanto, não faça dele tanto assim !

E por aí vai o texto de hoje que é pra muitos, é pra um só, é só pra você ! Você tá aqui ? Eu não ! Eu queria estar aqui ! Queria poder fazer mais, queria sempre dividir os problemas em tópicos explicativos, queria te dizer que tudo tem interpretação de cenas e atos, queria facilitar seu processo de entender as coisas, queria te dar esperanças, queria que você pudesse ver com meus olhos ! Eu não facilitarei as coisas pra você, talvez um dia a gente até discuta, mas agora, só agora mesmo eu me dei conta de que a única coisa que eu posso de verdade te dizer, eu ainda não te disse :

"O que a gente vai fazer depois de se feliz ?"
Vou te levar pro começo dessa história no "Era uma Vez" e não vou te deixar no final de "Viveram felizes para sempre". Ninguém vive assim, depois de ser feliz, a gente precisa ser triste pra ter motivo pra ser feliz numa próxima !
O que faltou eu te dizer é isso : Não consigo mudar o tempo pra te fazer feliz, fica pra uma próxima, porque sim, teremos a próxima pra ser feliz !

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