quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Pororoca




Num festejo de momentos e descompassos, dispara o tempo, um movimento, um retrocesso, um avanço e um espaço।

Segundei:
E no dia 2 pra 1, recomeço. Engole seco, moça matutina! Pé gelado pede sapato, noite escura e é de manhã. Sair como mano, mas sou menina e sento no ponto. Capuz enterrado e um uns 3 dias afobados, me aparecem na cabeça. Vem pra ler e não se esqueça.
Começa naquela sexta que nem acordou de quinta e assim bem sorrateira e meio sem lar, eu fiz milagre e botei mais tempo num segundo pra acordar com seu olhar profundo, onde minha morada eu fiz achar.
E passam vícios, vestígios, vem você me convidando pra um passeio e digo: - Vamos botecar? Deu fome. E o caldo grosso com a cerveja, o papo ao lado que boceja, a moça bonita e ninguém a corteja. É o clima doce desse bar. E pro contraponto bem disposto, vai vir você, amado meu, com suas falas inspiradas, seus sonhos amostrados nessa cabeça que não para de coçar e nesse dedo mastigado. Ok, fim do ato. Next day, de fato.
Sábadón da batucada! E meu colchão mole me desperta cedo, com sol pingando água e a 'marejada' infectando até o desaconchego. Limpo e esfrego o imundo do quarto, o acumulado de roupas e a poeira da janela com grades, que é nela que eu olho em retângulos o meu mundo pela metade. Retomo as botas vermelhas e delas me tomo de pé. Pé quente, pé frio: Seja o que Deus quiser. Inspirada com frases de Frida, me embala na roda. Diz ela: "Espero alegre a saída e espero nunca voltar." Diz eu: Amém. Articulada e nada artista, não finge a cara e dá a pista. E minha querência em forma de gente, me salva a pele, me ouve os contras, me faz contente, cura o que fere e me deixa tonta. E nas confidências do nosso tempo, me sinto em casa e me aproveito. Solta a tal da água que estava presa no peito. Mostra os dentes e brilha o olho... É meu rapaz, é meu retorno. É minha paz, é meu sonho.
Dominguei encolhida, combinada e na medida. Em par e em bom dia. Aos papos e aos sons, as distâncias e aos tons. Risos e surpresas. Calma no espírito! É, deu jeito. Tá reparado, tá no começo, mas acho que vai.
E a noite do dia se faz e o dia da noite já chega. Dia 2 pra 1, tô no ponto, tô na espera. Fiz resumo e foram 5 minutos. Busão, Centrão e uma puta razão de viver pra entender.
E desenrolo tanto que me esqueço... Passa 2 dias e é AGOSTO.... Ai, merda! E eu só querendo terminar logo esse texto...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Excessiva



Muito Pouco (Paulinho Moska)

Pronto
Agora que voltou tudo ao normal
Talvez você consiga ser menos rei
E um pouco mais real
Esqueça
As horas nunca andam para trás
Todo dia é dia de aprender um pouco
Do muito que a vida traz.

Mas muito pra mim é tão pouco
E pouco é um pouco demais
Viver tá me deixando louco
Não sei mais do que sou capaz
Gritando pra não ficar rouco
Em guerra lutando por paz
Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero mais

Chega
Não me condene pelo seu penar
Pesos e medidas não servem
Pra ninguém poder nos comparar
Porque
Eu não pertenço ao mesmo lugar
Em que você se afunda tão raso
Não dá nem pra tentar te salvar

Porque muito pra mim é tão pouco
E pouco é um pouco demais
Viver tá me deixando louco
Não sei mais do que sou capaz
Gritando pra não ficar rouco
Em guerra lutando por paz
Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero

Veja
A qualidade está inferior
E não é a quantidade que faz
A estrutura de um grande amor
Simplesmente seja
O que você julgar ser o melhor
Mas lembre-se que tudo que começa com muito
Pode acabar muito pior

E muito pra mim é tão pouco
E pouco é um pouco demais
Viver tá me deixando louco
Não sei mais do que sou capaz
Gritando pra não ficar rouco
Em guerra lutando por paz
Muito pra mim é tão pouco
E pouco eu não quero mais
Pouco eu não quero mais.
Pouco eu não quero mais.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Doce ardido



Perdão pelos erros de português, é que o pensamento não me espera e vai embora perdendo as palavras, somando sensações e criando um abismo entre a fala e a coerência. Me falta 'oralidade'(sim, procurei no Google), mas transbordam as expressões.
Falando de mim, entre umas mil teorias surtadas que eu adoro colecionar, descobri que vale à pena investir em água, num amor e numa poupança. Sim, venho travando uma luta constante contra o medo de ser ridícula, mas ainda confesso que faço alguma adaptação para burocracia dos parâmetros socias. Só que minha falta de juízo, me concedeu a enorme gentileza de intolerar certos modismos. E a moleca aqui, saiu bancando a heroína e achou que podia fazer reparo no buraco dos outros; vê se pode? Mas pra botar uma pedra nesse desserviço, precisei de tolerância: Meus amores disseram amém.
É que de um jeito ou de outro, a gente arca com a noite mal dormida dos outros. Perdão aos que já arcaram com a minha!
Eu procurei o certo, pois eu já tinha visto pessoas cultivando a benevolência como quem cultiva uma horta e colhe tudo bem fresco. Mas eu, caiçara que sou, esqueci da erva daninha e os efeitos colaterais sobre a alma, acabaram me deixando à deriva novamente!
Me sinto dramática, mas o coração melou e acabei manchando tudo ao redor! E até eu me recompor, o sintoma de loucura acabou afastando a mazela que levou o nada ao lugar nenhum.
A inclinação à permanência é um vício, a mudança é um trunfo. Tem gente que passa a vida se afastando da culpa e tenta sair impune da autoflagelação, mas é melhor o próprio tapa na fuça do que uma dor inflamada. Nesses casos sempre preferi a minha mão.
Tenho alternado momentos de grande ansiedade com um absoluto desapego do tempo. E nessa contradição, acabei relacionando um grão de areia como meu espaço no mundo. Me fiz pequena, chorei por isso...
Optei por entender essa luta insana do ser humano em galgar seu espaço e o esforço que ele pratica diariamente pra obter seu sucesso hormonal! Tava querendo muito cair fora dessa guerra!
Portanto, começo a celebrar a ridícula que sou, atropelada em 'oralidades' e que tem apenas o orgulho de ser oblíqua!
Viva a água que me hidrata, o amor que me revela e a poupança que me segura.
Garçon, desce mais uma, por favor....
Batucará a boêmia que insisti em não se cansar! Mistura estampas, mas prevalece um padrão. Tem pouca lábia nos lábios. Arisca, pero muy divertida!...

Grata aos que ainda insistem em mim...

terça-feira, 3 de abril de 2012

Imite uma dislexa.



Nasci velha pra morrer criança...
Me afasto e recomeço eternamente. É um traço meu sem laços e quem segurar essa bronca, eu vou grudar em mim. É que eu vivo correndo contra um tempo que é a favor das horas. Tá bom gente, tô indo para análise. Tô ouvindo vocês dizerem que é só isso que conserta crise de mundo moderno! Tolinhos, é lá que eu me bagunço ! Háaa... Salve a minha ousadia insubstituível!
Preparei minha autobiografia de bolso pra detalhar meu perfil "inteligente" nas redes sociais onde todos são famosos e "bacaninhas": Vou dizer que era sem propósitos, mas não sei se eu sou por acaso, então serei a intenção. Entendeu? É claro que não!
Quer me interpretar? Faz isso não, pois minha graça tá justamente no meu defeito que você jamais vai conseguir imitar.
Sim, tem gente que insiste que o instante existe e aí eu desisto fácil demais. É porque eu canso de ver você com esse ranço de fazer blá blá blá sem descanço e agir como uma pessoa incapaz.
E dá vontade de rir de verdade quando eu vejo essa imagem, de alguém imitando outro alguém sem a menor propriedade. Que viagem!
Vem aqui então e veja se segura essa onda de ser bailarina de ponta de pé com pintura no rosto, com rock e café. Veja se consegue andar em linhas sinuosas, com os cadarços desamarrados, de trás pra frente, com olhos fechados e o joelho sempre ralado...

segunda-feira, 19 de março de 2012

Pintura


Cortando impulsos pelas raízes das veias.
Uma velha companheira se aproxima sorrateira e pede passagem pra voltar. Lá vem ela trazendo de volta um ambiente quase sagrado, mas cheio de pecados.
Ops, eu tomei você em um gole só e não tive calma pra esperar o resultado de uma previsão tola o suficiente, pra me fazer desacreditar na bendita esperança que os cristãos usam de crédito pra serem moralmente felizes.
Estúpida, nada se alinha no passo, pois é solitário andar pela gente desavisada do tamanho dessa carga.
Quem viu a palidez do momento, percebeu a fragilidade do sangue exposto em análise. Será que o paciente é mesmo a pessoa que precisa de tratamento?
Se eu vivo na base de medicinas alternativas e revelo ser seguidora do vento quando vira brisa, porque sou vítima das químicas induzidas e dos tufões?
E aquela voz acolhedora que ouço no meio do caos, vem de Dorothy avisando aonde mora minha cura desse mundo vadio.
A terapia íntima de se confundir palavras com gravuras, fez com que eu me atolasse em tintas que hoje predominam num tom de vermelho fechado com um fundo marrom. Mas aquela garotinha transforma tudo isso em tons pastéis pra "disfarçar" o peso.
Pois é, cá estou revelando um retrato exposto de fragilidade confundida com uma força "estratosférica". Ainda bem que tem gente que gosta de mim...

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