segunda-feira, 19 de março de 2012

Pintura


Cortando impulsos pelas raízes das veias.
Uma velha companheira se aproxima sorrateira e pede passagem pra voltar. Lá vem ela trazendo de volta um ambiente quase sagrado, mas cheio de pecados.
Ops, eu tomei você em um gole só e não tive calma pra esperar o resultado de uma previsão tola o suficiente, pra me fazer desacreditar na bendita esperança que os cristãos usam de crédito pra serem moralmente felizes.
Estúpida, nada se alinha no passo, pois é solitário andar pela gente desavisada do tamanho dessa carga.
Quem viu a palidez do momento, percebeu a fragilidade do sangue exposto em análise. Será que o paciente é mesmo a pessoa que precisa de tratamento?
Se eu vivo na base de medicinas alternativas e revelo ser seguidora do vento quando vira brisa, porque sou vítima das químicas induzidas e dos tufões?
E aquela voz acolhedora que ouço no meio do caos, vem de Dorothy avisando aonde mora minha cura desse mundo vadio.
A terapia íntima de se confundir palavras com gravuras, fez com que eu me atolasse em tintas que hoje predominam num tom de vermelho fechado com um fundo marrom. Mas aquela garotinha transforma tudo isso em tons pastéis pra "disfarçar" o peso.
Pois é, cá estou revelando um retrato exposto de fragilidade confundida com uma força "estratosférica". Ainda bem que tem gente que gosta de mim...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pra dizer que não passou !



Juntava tostões antes de um "prejú" e perguntava se havia paraquedas pra pular no precipício. E o paradeiro da desconhecida Maria, vira manchete e têm destaque no jornal. Lá está ela sentada e rasa, virando exemplo para dicussão na sala de jantar, virou conveniência, virou assunto, mas nem é contra-mão e não transgride e nem agride no bom sentido...
Que estranho, de repente alguém a olhou procurando mais do que ela podia dar... E logo velhos e novos amigos lhe foram apresentados, e logo ela era mais do que sempre foi e do que de verdade merecia ser. Mas porque raios fui dar tanta atenção nessa história? Acho que como várias pessoas, tentei reconhecer cores na pessoa errada e acabei vendo que a pintura saiu com água!
Saia Maria ! Saia de mim ligeiro, não precisa voltar ! Por ora percorra efemiradades intensas e só volte a me reconhecer quando tiver propósitos...
E lá foi a desengonçada e destrambelhada criança, achando que tinha um grande rei na pança, andar por aí com ares de intenso fervor. Mas quem a via na foto vazia, olhava ela ali tão caída, sorrindo uma tristeza escondida e formando em palavras de alegria em uma frase de profunda dor.
Reaprenda Maria, recomece, mas naõ silencie essa dor que cresce e nem diminua as suas preces e nem confie tanto nos seus mestres.
Pois se danaram pela estrada outrora, os que como Maria resolveram se largar mundo à fora, sem jamais saírem realmente de seus lugares, sem jamais realmente ir embora.
Não pense que Maria é alguém que conheço, não ouse deturpar esse meu texto caso haja em ti uma Maria que renegues. A minha já me deu gastura e é só dela que minha cuca atura e só a sua que te desconjura...
Dá pra ser de verdade agora ? Grata !


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Aos nossos interiores...




Alguém do lado de lá berrou: Saudades !
8 longos meses fechando um verão com outono e inverno hibernantes, introspectando pra primaverar de novo e retomar novembro no calor dos ares e pensamentos...
Livrando a cabeça do ócio burocrático e quase liberando o espaço... !
Tocando nos sentimentos e não vivendo por fora pra enfeitar a parede virtual, aliáis, diga-se de passagem : Somos todos hipócritas por natureza. A exibição é só parte de um show de talentos que temos necessidade de reproduzir pra platéia ávida por vida alheia ! É, somos todos infantis que esperam a aprovação para uma auto-afirmação de sei lá o quê ? É quase sorrir sem dar risada, sabe assim ??? Mas quase esqueço que chorei, quase esqueço que tive dores estomacais, quase esqueço que quase.... quase...foi por pouco, foi por muito... ! Eu errei, e tomara que erre eternamente pra acertar de vez em quando.
Sou um rabisco eterno de projeções futuras.. quase um esboço de um planejamento meio torto que fiz pra mim desde pequena... Ah cara, eu quero ser mais que uma ! E se hoje eu sou mudada, é porque amanhã serei a mesma e ontem eu era assim !
Eu tô escrevendo pois eu sou hipócrita, eu quero que você leia e pense em mim !

sábado, 12 de março de 2011

The sweet smell

No raio bandido da memória, me lembraria talvez do dia de hoje marcado por sensações conhecidas porém novas no limite estabelecido... A perturbação da insônia causada pela angústia do "what will be...", gerou situações de caos e normalidade ... Não havia sentido e ou explicação .. havia a vontade de se permitir, afinal : Não é proibido proibir ? Pôs as mãos entre o o rosto e respirou de alívio ...
Criou imensidões de pensamentos, ouvindo atentamente aos barulhos da rua, da televisão ligada no escuro com baixo volume e ouvia blues "downloadeado" através dos piratas da internet. E de certos ou errados, fez tudo ao contrário e achou que assim era o melhor.
Saiu do quadrado de concreto pra passear lá fora e fez isso deitada no colchão.
Esperou vinte dias pra voltar e quando chegou, viu que andaria de uma vez só. Mais uma vez : diferente! Entre as beiradas .. Ouvindo os surdos e falando os mudos ! Blind me now !
As vezes dá uma preguiça, e o olhar fica contido pra enxergar o mínimo possível … O suficiente, o necessário ! Nada mais além disso. É o que justifica o princípio do certo.
Atividade secundária se tornando prioridade.
A pauta hoje é : Improvise e desprovenha !!!
E agora ela senta contentada pelo bem maior, e sente aguçar o faro à doçura do odor.
Só e sozinha ! Sol e somzinho ! Badalos e bedéis ficaram de fora ....
Olá à todos ! I'm back baby !!!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Os delírios !

O mágico acabara de gerar natureza em abudância, produzindo um cenário de rara beleza ! "Um dia ainda morro nos seu braços, ou imagino a sensação ..."
E cada pedaço de esperança guardado na paisagem, permanecia intocado ! Senti o chão molhado, escorregadio e sinto que ali não poderia se andar com os pés, mas sim com as sensações ... Ele abriu uma janela no quarto escuro, pra ver o dia que não existiu !
Encheu a boca da garrafa de ar quente e aumentou a pressão do ambiente, pondo seu conteúdo pra fora ! Alguém gritava sobre as liberdades perdidas e faço aqui meu pedido de licença, pois não sabia o que gritar ... Medo é bom, ruim é o medo de ter medo !
E na caminhada solitária, refletia a sombra e os pensamentos com a ânsia em mudar, mas lembrou-se que mais importante era diminuir a velocidade pra acertar a direção !
Escolheu um banco enorme no meio de uma praça e sentou em várias posições diferentes, mudou de rua pra chegar ao mesmo lugar de sempre, viu novidades finalmente !
Trocou as roupas, largou os sapatos, andou descalça e subiu na perna de pau ! Virou de ponta-cabeça e viu o mundo na perspectiva exata do olhar : O contrário é mais lógico ! Escreveu com a outra mão e chutou com o outro pé !
Durmiu mais tarde , acordou mais cedo e inovou seu vocabulário abrindo o dicionário e escolhendo qualquer palavra pra aplicar no seu dia . Mesmo que ela seja "pixídio" "egrégio" ou "subreptício"...
Sentou direito, misturou sabores, sentiu delícias e horrores ! Trocou os relógios e os dispertadores por sentido no sono e certeza no dispertar ! Cortou o cabelo e pensou em dignidade e sentido pra escolher sua nova história !
O que não encontrou de resposta, inventou .. pois se lembrou que foi na infância que se aprende tudo o que realmente se precisa saber : Fiz meu castelo de areia, dividi o sorvete de chocolate, entendi o que vem primeiro e o que vem depois, não bati em ninguém (ou quase), devolvi tudo o que peguei (ou quase), falei tudo aquilo que queria(ou quase)...
Queria o mágico de volta , mas o que ele faz é truque ... !

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Se perguntar, te respondo assim...

E é você que não tem medo de dor ???... Amigo, venho lhe dizer que entre tantas nuances da história da vida , foi você jovem valente que enfrentou sem medo algum a forte presença de ser si próprio! Ela quer te botar no colo ; você é tão de verdade que parece mentira quando está perto e ilusão quando não está do lado...
A palavra "entrega" ganhou novos significados : De se jogar devagarinho, saboreando o passo à passo e usando a mola propulsora que diz : Libertar na conjunção é possível e é o segredo!
Se as pessoas disserem que não te reconhecem agora, será que elas alguma vez na vida te conheceram de verdade ? Na marca de suas expressões tão óbvias, caricatas, mas justas ...
Diferente de muitos , teu encanto é sua reação ao calor , ao desaborochar ... Naquelas frases feitas e marcadas com "aspas" pra firmar a intenção, você se entristece e se alegra pois ambos são sentimentos legítimos que carrega sem vergonha e sem juízo , mas a felicidade é a combinação de sorte com escolhas bem feitas ! Você é sorte então ? Nada disso , você é escolhas ... !
E na fina melodia, na fina flor de fino trato, você foi a confusão e o contrário ecantadoramente charmoso e nada democrático ! Por isso eu sei o que é ... e sei que assim nós seremos !
Bravo e bruto, Doce e carente ... Você só precisa de colo e de um abraço .. !

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sintomática



A dor não presta...Fui dividí-la em 2 partes, sobrou o meio do abismo. Seu peito mole e descontente sai do corpo pra caber. Caí quebrando o dedo por falta de espaço...
Marquei a página com cetim, ela tocava ao meu lado e tinha rabo de peixe, não podia caminhar...Acordei sem saber onde estava.
Trunfo heróico da esperteza que a andança deu... à que custo. Te vi em profusão de imagens antigas e pensei que não choraria... mas...
Gaivotas no anil, plumas no arrepio, na troca há um vazio.
Ver colorido faz parte do processo "desopilante" das coisas e na idéia do luar, vê-se o rapaz partindo em marcha lenta e mancha violeta. Passo à noite em claros e escuros, aonde pessoas permanecem entrando e saindo de meus ouvidos.
Converso com o caracol deitado no sol e conto à ele sobre o tempo que havia calor de verdade, cheirando a folha e a manhã ... estou morta de fome.
Alguém espia atrás do poste, mãos suadas e um assobio desconcertante pra aliviar a tensão. Subindo nos ombros da miséria humana, a gente chuta o balde pra mais alto. Na alucinação, vejo longe ... e soprado pela fresta da porta entre o que não se fala e a preguiça, o som reverbera... O líquido quente à cabeceira pelo esquecimento, os olhos fechados desenhados pelo tempo, um dinossauro no meu apartamento, uma criança no pensamento... Peguei os dentes com os dedos, abri a janela do perdão, quebrei o que havia em volta e guardei o que não posso contar entre os olhos e o que não posso fazer entre os gestos.
Fluída , instável, não-formada, devoro a língua montada na absoluta inverdade ao criar. Tudo é cenário e eu deposito esse caos organizado com dedos em figa no exato momento aonde você me pede favores....

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